terça-feira, 4 de setembro de 2012


Planejando o escritório



Planejar é o ponto de partida para qualquer tarefa. Sem planejamento não chegamos a lugar algum.
Quando pensamos em uma viajem de férias, precisamos tomar algumas medidas de planejamento, ou seja, escolher o destino, data, qual meio de transporte, duração da viajem, acomodações, saber qual é clima do lugar, saber o que levar nas malas, quanto de dinheiro será necessário etc. 
Todo planejamento serve para que possamos usufruir o máximo da viajem. Perceba que o planejamento deve obedecer a um liame lógico de interdependência, ou seja, devemos prepará-lo de forma pontual, passo a passo.

Nosso plano de viajem será como percorrer o caminho entre o sonho e a realidade.

Portanto, o primeiro passo para o planejamento de um escritório é saber aonde se quer chegar, ou seja, qual espécie de banca iremos montar. Para isso não existem métodos certos e errados, existem caminhos a serem seguidos e precisamos olhar para o macro ambiente que é o mercado e suas tendências.

Alguns pontos devem estar bem claros em nosso planejamento, tais como, área de atuação, enfoque, demanda do mercado, concorrentes (?), público alvo, fornecedores, investimento, publicidade, capital de giro, etc.

Para resolvermos a primeira etapa do nosso planejamento, precisamos conhecer o mercado ou os mercados de advocacia no Brasil.

Existem três mercados para a advocacia no Brasil, tais como o consultivo, contencioso e parecerista, além dos vários ramos do direito para atuação. 

Devemos também definir qual ou quais os ramos do direito iremos atender em nossa banca.

Na edição 2007 da pesquisa Panorama Empresarial, a empresa Deloitte Touche Tohmatsu Brasil, entrevistou executivos de 372 empresas cuja receita líquida conjunta totaliza R$ 203 bilhões (cerca de 9,7% do PIB nacional). Nesta pesquisa foram analisadas as respostas dos empresários sob o prisma econômico e do ambiente de negócios do país.

A pesquisa apontou que 95% dos entrevistados citaram a carga tributária elevada como o maior problema no Brasil e alertaram para a importância de uma reforma tributária. Em 2009 a carga tributária do Brasil representa 35,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e, este percentual só vem aumentando. 

É fácil concluir que os advogados tributaristas têm um amplo e rentável campo de atuação, sendo certo que trata-se de um ramo muito promissor também para os próximos anos, uma vez que os problemas tributários não irão desaparecer tão cedo.

A pesquisa também aponta que 39% dos entrevistados destacam a excessiva burocracia como fator de interferência no ambiente de negócios no Brasil. Como exemplo podemos citar os problemas relativos à obtenção de crédito. 

Exemplo é a forma como o poder público utiliza a expedição da certidão Negativa de Débitos (CND) como instrumento de intimidação e coação.

Este cenário burocrático demanda intensamente de uma atuação jurídica eficaz e rápida garantindo às empresas o exercício de seus direitos sem prejudicar o andamento de seus negócios. Desta forma, a atuação jurídica, principalmente a tributária, que está em foco, torna-se uma área totalmente estratégica.

Outra área de atuação que está em crescimento é a ambiental. Hoje o mundo inteiro está voltado para as questões do meio ambiente, refletindo diretamente na vida das empresas, por meio de fiscalizações, burocracia para legalização de obras e complicadores gerados pela atividade da empresa.

Para encontrar uma resposta definitiva sobre qual é o mercado e o ramo do direito que o escritório irá atuar, é necessário analisar qual é a real necessidade do local onde será vendido o serviço jurídico.


Áreas diferenciadas para atuação

— Tributária: litígio junto ao fisco, consultiva e parecerista. Gera negócios e demandas tanto para a advocacia empresarial como a de pessoa física. 

— Ambiental: Quem pretende atuar na advocacia empresarial deverá manter um departamento para a área ambiental, sob pena de perder clientes. Logo, procure sempre manter-se à atualizado. Afinal, as empresas já operaram com gestão ambiental e se o seu escritório não estiver preparado, outros certamente estarão. É, sem dúvida, uma excelente oportunidade para bancas especializadas.

 — Relações de consumo: Com o consumidor cada vez mais exigente, é inevitável o endurecimento na relação entre empresas e consumidores. Trata-se de uma nova cultura do consumidor, que provocará alterações na administração do contencioso das empresas e criará grandes oportunidades para consultorias preventivas. Gera negócios e demandas tanto para a advocacia empresarial como a de pessoa física. 

— Gestão de crédito: A oferta de crédito ao consumidor é cada vez maior e diversificada, basta observar a crescente oferta e concorrência entre bancos e financeiras. O resultado é que o brasileiro médio está se endividando a longo prazo, e, as empresas, por sua vez, estão acompanhando o ritmo. Escritórios que atuam na recuperação de crédito ou do lado do consumidor terão muito trabalho pela frente. 

— Previdenciária: O Brasil enfrentará uma grande reviravolta na faixa etária de sua população, o que irá gerar a necessidade de uma variedade negócios na área da previdência complementar e privada. Só para se ter uma idéia, os fundos de passam de 500. Podemos prever grande número de litígios no futuro próximo. 

— Infra-estrutura e recursos naturais: Devido à copa do mundo e a olimpíada, o Brasil, irá atrair um grande contingente de investimentos nos próximos anos, tornando-se grande canteiro de obras, gerando oportunidade de negócios em licitações, meio ambiente, construção e assim por diante. É necessário se preparar para aproveitar está grande oportunidade.

— Direito internacional: Grandes empresas brasileiras se tornaram empresas de classe mundial, tais como, Petrobrás, Vale, interferindo diretamente com seus parceiros que compõem a cadeia produtiva de cada um desses conglomerados. O direito coorporativo internacional está em plena ascensão devido às funções, e, por uma questão de lógica, os advogados externos, devem, obrigatoriamente, acompanhar a evolução globalizada de seus clientes. 

É de fundamental importância construir um plano de negócio. Um escritório de advocacia é um negócio complexo com qualquer outro, porém com algumas peculiaridades que lhe são próprias. Em regra, o advogado não é especialista em gestão de empresas, e devido a isso, sua visão e compreensão sobre o negócio é bastante limitada, portanto o plano de negócio tem o propósito de suprir está deficiência. 

No próximo post iremos falar sobre plano de negócios. Até lá!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Introdução





Depois que conclui a faculdade, o passo seguinte do bacharel em direito é conseguir a aprovação no Exame de Ordem. Uma vez aprovado e com a carteira e advogado na mão, é preciso se estabelecer no mercado.
  
Pergunto: e agora como abrir meu primeiro escritório? Como conquistar clientes?

Estas e outras dúvidas assombravam o pensamento de todo profissional que acaba de chegar ao mercado e quer estabelecer sua própria banca.  

A cada semestre, vários pessoas concluem a faculdade de direito e nutrem o mesmo sonho, ou seja, abrir sua própria banca de advogados.

Posso adiantar que o caminho não é fácil, pois o mercado atual é muito competitivo, e para sobreviver foi preciso ser mais que advogado, é necessário pensar e agir como um administrador.

Muitos escritórios de advocacia fecham as portas prematuramente não por incapacidade técnica de seus advogados, e sim pela falta de uma gestão profissional.

Antigamente a advocacia era pessoalizada, o advogado era quase sempre um amigo da família, não havia a concorrência feroz dos dias atuais, portanto não havia necessidade de grandes estruturas. 

Gostem ou não, a advocacia atual mudou em todos os aspectos. A advocacia, internamente, deve ser encarada como um negócio, ou seja, deve ser conduzida de maneira empresarial.

Basicamente existem três modelos de escritórios de advocacia. O advogado individual, grupo de advogados dividindo despesas e a sociedade de advogados.

Não importa qual modelo que será adotado, todo escritório de advogados devem ser estabelecidos sobre três pilares que sustentaram o sucesso da empreitada. 

Conhecimento técnico, aperfeiçoamento e gestão profissional de recursos. 

O objetivo deste blog é tratar sobre o  último item de forma a orientar tanto o recém chegado ao mercado da advocacia que pretende inaugurar sua banca, como o advogado que já possui sua banca de advogados e pretende implantar ou melhorar seu projeto de gestão.